Existem filmes que cumprem exatamente o que prometem. Nem um fotograma a mais, nem um fotograma a menos. É o caso de A Cilada, estrelado por Wesley Snipes. Quem vê o trailler já tem uma idéia bastante clara do que vai acontecer no filme. E, à medida em que a ação se desenrola na tela, o espectador vai acompanhando tudo com aquela cara de "aposto que agora acontece isso". E acontece mesmo. Não que o filme seja ruim. Ele só é previsível, exatamente igual a tantos outros.
Snipes vive o papel de um agente especial da ONU que sai mundo afora zelando pela paz mundial. Até que um dia - como o próprio título em português do filme já entrega - ele cai numa armação internacional, e é acusado de assassinar o embaixador chinês nos EUA. Começa a fuga e a luta para provar sua inocência. Tudo muito bem produzido, ótimo ritmo, efeitos especiais que chegam até a lembrar Matrix (apenas em uma ou outra cena, não se entusiasme), porém, com um roteiro mais raso que um pires, sem um pingo de criatividade. O roteirista Wayne Beach estava muito mais inspirado quando escreveu Assassinato na Casa Branca, também estrelado por Snipes. Desta vez, ficou devendo.
31 de outubro de 2000
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Celso Sabadin é jornalista especializado em cinema desde 1980. Atualmente é crítico de cinema da Rede Bandeirantes de Rádio e Televisão e do Canal 21. Às sextas-feiras é colunista do Cineclick. [email protected]
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