Sem Controle, estréia da cineasta carioca Cris D'Amato na direção de um longa-metragem, transita entre o drama e o suspense para contar a história de um diretor de teatro que, decepcionado após a má-recepção de seu último trabalho entre os críticos especializados, entra numa espiral de loucura e obsessão.
Tudo começa quando Danilo (Eduardo Moscovis) resolve escrever e dirigir uma peça sobre Manoel da Motta Coqueiro, personagem da vida real que, no século 19, fez com que a pena de morte fosse abolida no Brasil. Obcecado e decepcionado por não ter seu trabalho bem-recebido, o diretor acaba sendo internado numa clínica psiquiátrica pela amiga Márcia (Vanessa Gerbelli); é lá onde ele conhece a jovem misteriosa Aline (Milena Toscano). A relação entre os dois só faz com que a sanidade do protagonista seja colocada mais à prova ainda.
Sem Controle não tem a intenção de ser didático ao contar detalhadamente a história de Motta Coqueiro; ao logo da trama, o roteiro esclarece, por meio dos personagens, a participação do personagem na história da legislação brasileira. Mas o que mais interessa ao filme é mostrar a forma como o personagem principal perde o controle, como salienta o título, na medida em que se envolve de forma passional tanto com a história de Motta Coqueiro quanto com Aline.
Sem Controle é um filme bem-intencionado: por meio da direção e da montagem, o espectador é inserido nessa loucura do protagonista. O problema é que a atuação de Eduardo Moscovis não está à altura do papel. O tempo inteiro, ele parece não estar à vontade no trabalho, o que acaba comprometendo a eficiência da produção.
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